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Mostrando postagens de 2014

Acredito em Papai Noel

- Papai Noel existe?   - Existe, enquanto você acreditar nele! Eu ainda acredito. Acredito no pacote que ele traz, não só de coisas boas, mas de reflexão sobre o que somos e para onde estamos indo. Acredito que precisamos ter  uma certa dose de fantasia para viver em um mundo de desiguais, onde o tempo nem sempre é o melhor aliado. Acredito  sim  que o bom velhinho vai atender meu pedido e  me ajudar a ser melhor porque para receber  é preciso merecer. Precisamos ter tido um ano onde o que é bom pese mais do que o ser mau. Acredito em Papai Noel. Que ele traga amor, família, amigos que permaneçam. Que ele exista como fé. Para mim Papai Noel existe também como Natal. Que você mereça sua visita e que o Natal seja maravilhoso como os dias devem ser. Feliz Natal!                                                                                                  

Um ano que são muitos

"- Estou cansado(a)!" Frase tantas vezes dita e ouvida nesta época e sempre atribuída ao fato de estarmos chegando ao fim de 12 meses de um ano atípico com Copa do Mundo, eleições, alegrias e aborrecimentos. Ah, 2014... Acho que vivemos vários anos em um, vários dias em cada 24 horas. Tempo sempre insuficiente para tantas emoções entre alegrias, frustrações, gritos de gol e choro de derrota. Divergências. Esquerda, direita, centro, em cima do  muro. Amizades por um fio. Canso só de pensar. Mas, se o ano são muitos e os dias também, a vida segue sem compasso de espera em direção ao novo que sempre se revela naquele último dia dos 365 em que Drummond, Quintana e palavras pulam das páginas para dizer que existem receita e esperança no que se inicia. Estou cansada e não acho tão ruim, sinal de que faço e recebo muito nesta e desta vida. Sou grata. Que os ponteiros virem logo, que o novo se revele e que 2015 seja tudo aquilo que muitos anos em um não conseguiram ser. 

Ainda quero ser quando eu crescer...

Quando  eu era pequena não tinha muita noção do que queria ser quando crescesse  Sei que em algum momento tive uma  atração por máquinas  de escrever.  Nem vou falar da tentativa de ser musical e aprender a tocar violão. Nunca quis ser médica, advogada.... Nunca parei mesmo para pensar nisso. Se a vida leva a gente, acabei me deixando  levar.  Fui me levando e me deixando levar, às vezes empurrada, carregada e em outras com pressa e a passos largos.  Acabei em uma redação onde se exerciam palavras, em uma época em que globalização era só uma tendência  e conseguíamos viver sem telefones celulares, internet e afins. Um mundo que girava bem mais devagar do que a velocidade 4G e era bom. Hoje tudo é muito rápido.  O pensamento chacoalha. Ruim ser tão depressa. Acho que sempre quis mesmo ser  feliz, objetivo básico de quem vive. Só que a gente cresce também  muito rápido e em alguns momentos o feliz é um pouco colocado de lado porque é mais fácil carregar tristezas  quando s

Chuva que volta

São engraçadas as diversas reações provocadas pela chuva após um extenso período de seca, onde a sensação de sermos cozinhados vivos  parece não ter fim. Uns rezam para ela chegar, outros pedem o sol e os dias claros. Uns amam, outros odeiam. Uns aproveitam o momento: a água que cai, o cheiro de terra molhada, o vento...Como não amar? Outros antecipam as tragédias: as ruas alagadas, o carro enguiçado, ou em uma escala menor, a chapinha que se vai...Como não odiar? A chuva e suas contradições. Eu particularmente, amo os dias de sol, mas amo a chuva tanto quanto. Amor dividido de quem precisa de um porque não vive sem o outro. Mas, quando ela chega, que delícia! Sou do time de quem tem lembranças de caminhar na rua, na chuva ou na fazenda. Prefiro a sensação  daquele momento que representa recomeço, renascimento e esperança, quando a  chuva chega bem devagarzinho (ou não), molha a terra e sussurra no meu ouvido: -voltei.

Para os dois

Quando era pequena  ela não atravessava a rua sozinha, nem mesmo para comprar uma revista na banca da quadra. Ele sempre foi mais destemido, não sei se porque chegou primeiro.  Em uma fase, ela  gostava de moda, ele  meio alternativo. Em outra,  ela com seus cabelos compridos  e ele com seus dreads. Ela adora carne, ele é vegetariano. Ela não faz questão de praticar esportes, ele tem essa mania de subir pedras. Ela é cidade, ele é natureza. Para ela, o não atravessar a rua, se transformou em um destemido atravessar o mundo.  Para ele, o ser destemido o levou a  escalar alto   a vida, apesar de todas as previsões de mau tempo. Criados iguais, totalmente diferentes, absolutamente amados. Meus filhos são assim opostos que se completam e iguais que se respeitam.  Não se preocupe se alguém que você conhece não atravessar a rua, um dia essa pessoa pode surpreender com uma travessia que vai muito além da coragem, a da independência. Não se preocupe com as quedas. Um dia elas pod

Milagres que são conquistas

De vez em quando precisamos de pequenos milagres em nossas vidas. Daqueles em que nossa participação é 99% e a de Deus 1%. Daqueles milagres que não são graças, mas conquistas.  Sim, porque estou convencida de que certas coisas que pedimos necessitam de muita fé e  bastante determinação;  de iluminação para  nossa realização. O que seria um milagre? A cura de uma doença ou a descoberta dessa cura? O trabalho que cai do céu ou  aquele que conquistamos? Subir escadas ou construir escadas? Dever ou agradecer? De vez em quando precisamos de  milagres conquistados e por isso devemos colocar a mão na massa.  Uma boa dose de atitude, suor e até lágrimas. O pensamento positivo é indispensável. Deus está sempre disponível, mesmo que ele seja árvore que se abraça, luz que se energiza ou até  cruz que se adora. Que o nosso milagre conquistado faça jus a essa graça.

Brasil e Alemanha

Queria mudar de canal . Quem me conhece sabe que sou apaixonada. Só que seis a zero é de chorar. ( depois fez sete). Pode ser que mude o placar ou não (Brasil fez um), mas .... Queria mudar de canal e então alguém disse "sou brasileiro e não desisto nunca!". E sou mesmo. Não importa o placar ou a colocação. Essa Copa agregou famílias e amigos, me fez feliz. Me fez sentir a energia de um estádio e a alegria incontestável desse nosso povo. Precisamos mudar muita coisa. Precisamos ser um país de iguais, de oportunidades iguais, de gente igual. E mostrar isso ao mundo . Continuo um país e  estou em  casa. Sou verde e amarelo e tenho orgulho disso. A cada quatro anos sou um país e  isso ninguém tira de mim! Me desculpe quem é do contra, mas como diria Drummond ainda nos idos de 82." Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos. E agora amigos to

Me torno um país

Confesso que sou uma negação no futebol. Não entendo nada. Mas, a cada quatro anos, por causa dele, me torno um país. Fico colorida de verde, amarelo, azul e o que é melhor, cheia de estrelas. Difícil não se contagiar pela energia de uma torcida única. Difícil não se emocionar com um hino cantado a capela. Essa ideia do único, em meio a tantas diferenças, se torna um objetivo porque nos mostra o que poderia ser. A felicidade é um direito por onde passam todas essas emoções como choro, angústia, frustração e  alegria. Alienação? Creio que não. De vez em quando, a gente precisa do circo para correr atrás do pão. Que me perdoem os críticos. A  cada quatro anos me transformo em um país e tenho muito orgulho disso.

A idade do afeto

Outro dia uma amiga minha, que não vejo há anos, me passou uma mensagem para me dar uma ótima notícia. Liguei na hora. Não nos falávamos há tempos, mas me pareceu que foi ontem. Para essas pessoas que estiveram comigo desde sempre ou pelo menos, desde que me lembro por gente, o tempo é do afeto. A relação do afeto é engraçada porque  não  tem rugas. Enxergamos o outro com a idade que não envelhece. Somos aquelas crianças ou jovens estacionados no momento. Estamos mais maduros, resolvidos. Os estudos deram lugar ao trabalho ou estão a ele associado. A vida ganhou outros protagonistas como filhos, maridos, ex  ou nenhum dos anteriores e simplesmente independência. O tempo do afeto faz com que o outro seja o amigo  inesquecível para sempre querido. Longe, mas sempre ao nosso lado.

Qualquer idade que se faz

- Não quero festa de oitenta anos. - Como assim ? Só se  faz oitenta anos uma vez na vida. -  Que eu saiba,  só se faz qualquer idade uma vez na vida. Avó e neta conversam sobre  festejar a longevidade. Eu me vejo pensando sobre essa  qualquer idade que se faz uma vez na vida. E recordo todas e as velinhas que soprei e aquelas que não e em como acho importante  se comemorar. Sim, porque esse pacote chamado vida com seus  percalços e conquistas estamos carregando agora e desembrulhando minuto a minuto. Comemorar sempre o início de outros 365 dias simplesmente porque estamos aqui . Sempre temos a idade uma vez, mas o peso dos anos, as responsabilidades, muitas vezes fazem com que achemos  que os dias se tornam iguais, quando não são. Eles também só passam uma vez. As horas, minutos e segundos  também são únicos. Talvez a gente deva aprender a duplicar a juventude e dividir a velhice. Carregar um tempo que não se  mede  e uma alma que se sente. Essa talvez deva ser  a q

Mãe que vira gente

Filho é uma conquista diária. Ser mãe idem. Talvez, alguns discordem porque acreditam que o amor nasce pronto, como se estivesse disponível em prateleiras e com preços distintos e quanto menos, mais barato, uma pechincha. Acho que amor é conquista sim, um sentimento para ser cultivado e regado, para poder crescer e se consolidar. Ser mãe é para mim, um amor que de tão grande não precisa ser comprado, porque não tem preço. Ele vem grátis, porque faz parte do pacote. Filho chora, grita, esperneia. Filho cresce, sabe mais que você, aborrece. Filho vira adulto. Adulto?Sobrevivemos e com tudo isso, o amor só cresce, chora, esperneia e vira adulto junto. E nessa caminhada, desse amor que se conquista, às vezes, o filho vira pai, vira mãe ou simplesmente, vira aquilo que ensinou a mãe a ser: gente.