Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2011

Anjos

Clarice Lispector: "Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam." Estava pensando sobre essa frase...Desde pequena acredito em anjos. Primeiro, eles tinham asas, com elas me acolhiam e protegiam de todo mal que pudesse estar ao meu redor. Podiam voar, que delícia! Cresci e cresceram meus medos. O medo de entrar mar adentro, de altura, de que algo não desse certo, das perdas... E quanto mais cresci, mas cresceu a certeza de que anjos existem. Eles deixaram de ter asas e passaram a ser também o outro que não é pintado, nem descrito em obras, que não é perfeito, mas se manifesta. O anjo está em quem  oferece ombro, abraço, colo; em quem não deixa você desistir nos últimos minutos da corrida; que incentiva; que surpreende com pequenos ou grandes gestos de bondade. O anjo está no sorriso de quem agradece, solicita, doa, perdoa... Eu acredito em atos de carinho e na proteção de quem nos quer bem... O anjo e suas asas  talvez não possamos ver, mas a  sua manifestação

Se sentir

Tem dia em que parece que tudo desanda, do brigadeiro ao ovo cozido... A chamada Lei de Murphy não falha e a única coisa que a gente deseja é que ela fosse a Lei dos Muppets... Rir do que desanda, deve ser também uma arte. Em outros dias, o sentimento é de pequenez, de querer colocar um saco como roupa e nunca mais sair de casa, de esconder os esqueletos no armário e fingir que eles não existem ou simplesmente de ser um desconhecido...De vez em quando, mas só de vez em quando, precisamos da pausa dos poetas, venha ela carregada de drama ou de comédia.... Precisamos ser reflexivos e emotivos e sim, precisamos ficar só. Aquela vontade de se vestir como um saco e nunca mais sair, se esconder, se trancar em um lugar qualquer para ler um livro, ver um filme, ou simplesmente, chorar...Na minha vida, às vezes, esse sentimento de solidão é tao necessário quanto o de multidão. Acho mesmo que  aquele que  não aprende a ser só, talvez nunca aprenda a ser muitos... Quem não se sente um “lixinho” d

O meu é melhor que o seu

Estava pensando em como somos melhores em tudo, apenas pelo fato de sermos. A idéia de perfeição que se persegue ao longo da vida, muita vezes, vem junto com a da competição. é como se fosse uma luta diária pela sobrevivência do meu melhor que o seu. Lembro que, quando meus filhos eram pequenos, tinha uma colega no trabalho que vivia dizendo como os dela eram perfeitos, eram primeiros nisso ou naquilo. Em um desses momentos TPM lembro de ter dito; “ quer saber, meus filhos são melhores que os seus !” Diante da perplexidade, acrescentei: “são melhores porque são meus!”. Nada de tom alto, gritos, mas de firmeza de quem sabe que isso é uma verdade. Porque não depende de beleza, inteligência... Com esse pequeno ataque coloquei fim a essa história de melhor que o seu. Não é só competição materna ou familiar, é no trabalho, nas viagens, na vida social, nos amigos,  nos amores... Cada namorado, marido ou amante perfeito,  que fazem a gente acreditar em vida extraterrestre. Devem ter vindo de