O que nos acompanha

Às vezes sinto saudade da minha adolescência, de todas as expectativas, sonhos e do desconhecido que estavam por vir. Outras vezes, sinto saudades da minha infância, da perspectiva que tinha do mundo, tão gigante ao meu redor e tão cor-de-rosa. De repente cresci e o que era desconhecido e gigante passou a ser companheiro e a ter um nome: destino. Ele nos faz companhia sempre, mais até do que aquele amigo/a chiclete com quem andamos grudados determinadas fases de nossa vida e que muda de cara, a medida que mudamos de idade. Ele está junto quando optamos por um caminho, ao invés de outro. Está ali, ao lado da família, que nos acompanha até um determinado ponto e depois nos deixa seguir. Tem gente que se habitua a ter alguém com quem partilhar o café da manhã, o almoço ou o jantar; com quem ir ao cinema, ao teatro, aos shows ou a padaria.... Nessa minha trajetória ao momento presente descobri que por mais que perca estou sempre ganhando e que, por mais que me sinta só, nunca estou. Se a solidão é companheira, não estou só; se o destino é companheiro, não estou só; se a vida é companheira, nunca estou só, estou viva. Viver implica em sofrer, conquistar, crescer, não necessariamente nessa ordem. Dar nome as coisas, as pessoas, aos sentimentos, fazer deles companheiros de estrada, pode ajudar a superar perdas, a que a saudade seja só saudade, a superar o estar só e a dar ao destino um sobrenome.

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