Gavetas
Aprendi o valor que têm os pequenos gestos: olhares, sorrisos, apertos de mão, abraços... Sempre associados às pessoas que são nossas escolhas. Essas pessoas são responsáveis por manter vazia aquela gaveta que carrego dentro de mim com os enormes dizeres “coisas ruins”, que fica bem abaixo de outras como a “esperança”, a "fé" e a "alegria" e que formam um conjunto da chamada “coisas boas". Recentemente tive um super aborrecimento. Claro que não surtei, não esmurrei paredes nem sai batendo nos outros. Até porque, não diferente de muitos, costumo ou ser de uma sinceridade assustadora ou colocar tudo na gaveta que traz a etiqueta “ coisas ruins “. Nesses momentos, ela trava, não quer abrir, não permite que a esvazie. Empurro, quebro a unha, às vezes xingo. Atitude típicas de um dia “coisas ruins”. Graças a Deus, essa gaveta não tem fundo falso, ao contrário da que carrega “coisas boas” e que vai ficando abarrotada até que não consiga ser fechada. Mas, o sentimento é outro. A única coisa que a gente quer fazer com a "coisas boas" é dividir para esvaziar. Descobri, com as pessoas que amo, que se não consigo abrir minha gaveta “coisas ruins” para esvaziá-la, eles se encarregam de fazê-lo. Esses sentimentos tão negativos vão sendo então processados, reciclados e se transformam em lições, degraus, atitudes mais positivas perante o mundo.
É como aquela música do Noite Ilustrada - levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima
ResponderExcluirAmiga, o importante é não fazer com que o aborrecimento seja outra coisa além disso: um aborrecimento. Nesta vida somos obrigados a conviver com pessoas mais, menos e tão evoluídas como nós é nesse processo que exercitamos ao mesmo tempo nossa paciência, humildade e compreensão :-)
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